A chave para os sistema de Ford e Ohno não está nas correias transportadoras, nem nos cartões Kanban e sim no fato de que as correias e os cartões são mecanismos para estabelecer um pulmão predeterminado de inventário (comprimento da corda) entre dois centros de trabalho.
Na linha de montagem de Ford, o pulmão predeterminado é o espaço na correia transportadora entre duas operações. No enfoque de Ohno, ele é o número de cartões Kanban, um para cada contenedor de peças, que são predeterminados para serem usados entre duas operações. O pulmão diz ao operário do centro de trabalho anterior quando trabalhar – e quando não trabalhar. Quando o pulmão está cheio, o operário anterior para. Quando o pulmão não está cheio, ele trabalha. Nesses dois enfoques semelhantes, o fluxo de trabalho é sincronizado para que o inventário seja baixo, comparado com os nossos métodos convencionais de operação.
No entanto, existe uma desvantagem neste tipo de sistema de corda. Qualquer interrupção significativa em qualquer centro de trabalho fará com que o fluxo total pare e o valor agregado seja perdido. Essas interrupções são muito caras, pois, se elas não tivessem ocorrido, poderiam ter sido feitos produtos adicionais por, basicamente, apenas o custo da matéria prima. Esta é a razão pela qual é dada excessiva atenção, nesses sistemas de corda, para reduzir flutuações e interrupções no fluxo de materiais. As máquinas devem ser muito mais confiáveis. O tempo de preparação deve ser reduzido e predizível. As sobrecargas de produção devem ser evitadas e assim por diante. A eliminação desses problemas não é uma tarefa sem importância. Ela exige o mesmo processo que usamos na correção dos defeitos de uma linha de montagem, processo ou transferência.
No sistema Kanban, a redução das flutuações não é menos importante e é necessário um período longo para reduzir a flutuação.
Bibliografia
A corrida pela vantagem competitiva
Eliyahu M. Goldratt e Robert E. Fox – SP
IMAM, 1989